Resumo: Análise bibliográfica de soluções para a erosão na Praia de Massaguaçu, Caraguatatuba – SP
Resumo: Análise bibliográfica de soluções para a erosão na Praia de Massaguaçu, Caraguatatuba – SP
Autores:
Ana Julia Vilar Vieira, Felipe Felix Silveira dos Santos, Urânia Tuan Cardozo,
Wagner Petterson dos Santos Junior.
1.
Introdução
As áreas
costeiras sofrem influência de diversos processos marinhos e continentais, seja
de origem física, química, biológica, climática e antrópica. Tais áreas possuem
um imenso impacto tanto para a natureza quanto para o homem, pois desempenham a
função de proteção natural para os ecossistemas ao redor e além de proteção um
papel socioecológico para as áreas urbanas
De acordo com Ceccarelli (2009), Barbosa,
Silva e Martins (2014) e Souza e Luna (2010) o crescimento de obras portuárias
e construção de rodovias estimulou um aumento irregular da área urbana nas
áreas costeiras, assim como é afirmado pelos autores que a elevação do nível do
mar e a atual situação das mudanças climáticas também podem ser consideradas
como os principais motivos para a erosão da área costeira.
2.
Metodologia
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do
artigo, foi uma pesquisa bibliográfica em artigos científicos, teses e
dissertações com o intuito de identificar e descrever os problemas que abrangem
a erosão na orla do Massaguaçu, além de averiguar as conclusões e intervenções
realizadas em diferentes locais que poderiam auxiliar na problemática.
3.
Revisão bibliográfica
3.1 Soluções
empregadas na Praia do Massaguaçu
A primeira tentativa empregada para conter a
erosão na Praia do Massaguaçu foi em 2006 com a construção de um muro de pedra
argamassada com 500 m de extensão. Entretanto, quando o muro estava a 270 m
construído, o mesmo sofreu solapamento e foi destruído e levado pelo mar, e
como medida mitigatória provisória foram dispostos sacos de areia e o acostamento
teve que ser interditado
Em 2010 o Departamento de Estradas de
Rodagem (DER) determinou um projeto com a proposta de construção de um
enrocamento aderente, revestimento flexível com 420 m de extensão, com o
objetivo de diminuir a energia das ondas. Porém em 2016 houve uma vistoria foi
confirmado que a construção que havia sido desenvolvida se encaixava como um
enrocamento simples, possuindo uma estabilidade menor que o projetado.
Com a tentativa de salvar o que havia sido
feito, foi realizado um deck de madeira utilizando de base o enrocamento, e
para a recuperação de estabilidade utilizou-se outro sistema de contenção, o bagwall.
Todavia, após sua inauguração, teve que ser isolada pois apresentava grande
instabilidade e risco de desmoronamento, que futuramente afim de evitar
acidentes o deck foi retirado.
As medidas mais recentes foram desenvolvidas
em 2020, a respeito do aumento da extensão do enrocamento simples e reparos no
sistema de drenagem pluvial, porém não passam de medidas provisórias até
admitir uma solução definitiva. Em contrapartida, em um trecho próximo uma
comerciante dona de um quiosque da orla inseriu uma faixa de flora restinga em
2010, a qual gerava raízes profundas e diminuiu as consequências da erosão
3.2 Causa
da erosão em áreas costeiras
Para a compreensão das principais causas de
erosão em áreas costeiras analisou-se diversos estudos de casos em diferentes
regiões litorâneas no Brasil.
Cada autor trouxe suas principais
possibilidades para cada situação, por exemplo, para Lins-de-Barros (2005) na
orla de Maricá, Rio de Janeiro, as principais razões para a intensa
vulnerabilidade vêm da tendência de recuo da linha costeira, convergência da
energia das ondas na zona de arrebentação, assim como a falta de dunas com
vegetação bem desenvolvida e transposição do cordão litorâneo. Para Paula et.
al. (2015) no arco praial em Fortaleza, Ceará, a erosão é causada pelo
impacto das ressacas do mar e a intensificação da instalação de estruturas
urbanas nas áreas costeiras.
Já na orla costeira Grande-Bispo, ilha de
Mosqueiro, em Belém – Pará, a principal causa é devido a predominância das falésias
e a influência da mesomaré e redes de microdrenagem urbana inadequadas
3.3 Soluções
apresentadas na bibliografia para erosões costeiras
A erosão se torna uma problemática a partir
do momento que constitui uma ameaça ambiental e social nas áreas urbanas,
ocasionando um risco à infraestrutura costeira e área recreacional. A partir
deste contexto adotam-se dois tipos de soluções: as que possuem estruturas
leves (realimentação de praias, restauração de dunas etc.) e as pesadas
(molhes, espigões, enrocamentos, quebra-mar etc)
Tavares (2008) cita inúmeras técnicas de prevenção
que podem ser adotadas de acordo com a situação, como: construção de uma parede
grossa de retenção, plantação de espécies vegetais de crescimento rápido e
raízes fortes, instalação de redes de arame sobre as vertentes para proteger as
estradas de quedas de materiais rochosos, colocação de blocos rochosos de
dimensões médias em cestos de arame, implantar uma cobertura da superfície de
talude com material impermeável para impedir a infiltração da água e a técnica
de remoção de toda a vertente.
Existe algumas outras técnicas que foram
utilizadas no trecho da costa litorânea do estado de Alagoas e Ponta Negra no
Rio Grande Norte, são elas: Muro de arrimo, gabião, enrocamento simples e
aderente, Bagwall/bolsacreto. O enrocamento aderente utilizado na Ponta
Negra apresentou bons resultados para a erosão no local, entretanto houve a
transferência dos processos erosivos para praias adjacentes
4.
Conclusões
Em resultado à analise realizada notou-se que
aplicar uma única técnica não seria o suficiente para conter o caso de erosão
na praia de Massaguaçu. Perante a isso, propôs-se a combinação de três métodos:
o recuo da rodovia no trecho crítico, afim de alargar a faixa de areia e possibilitar
a implantação de flora com raízes profundas, diminuição a possibilidade de
erosão.
Além dos supracitados, o terceiro método teria
responsabilidade em reduzir a energia das marés, como por exemplo: dunas de
tetrápodes (blocos de concreto em forma tetraédrica). A combinação desses três
métodos possui um objetivo de preservar a linha costeira na sua posição atual,
garantir a estabilidade da infraestrutura urbana e a proteção dos ecossistemas
costeiros.
5.
Referências
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das soluções adotadas para o controle dos processos erosivos na praia
Massaguaçu, Caraguatatuba-SP. Universidade do Vale do Paraíba. [S.l.].
2014.
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